Acabou o carnaval, coloque o bloco na rua!
Lições de gestão que o carnaval nos dá
Acabou o carnaval e literalmente já passou da hora de ter atitude. Talvez você faça parte daquele percentual da sociedade brasileira que acredita que o ano para fazer negócios, empreender uma ideia, mudar um comportamento, voltar a estudar, parar com um hábito não saudável, cuidar de você… não começou oficialmente na virada do ano novo, em janeiro. Para você, ‘tudo acontece’ só após o carnaval?
Ih, não quero te decepcionar, mas corre porque você está ficando para trás. Desperte para o mercado e para a vida. Não pode achar que ainda vai aquecer. Você já perdeu algumas boas oportunidades. Agora, acelera!
Se você é antenado com gestão, vale a pena pegar algumas boas lições da festa momesca e incluir ao longo do ano na sua rotina. Se você não é, ficam dicas para uma reflexão. Vamos exercitar como boas metáforas podem trazer alguns insights?
Escolas de samba – um verdadeiro ‘case’ de gestão
O desfile das escolas de samba é um clássico inspirador. Remete a planejamento, organização, execução, trabalho de equipe e foco no resultado buscando a extrema excelência – 10, nota 10!
Imagine o que é liderar em alguns casos, 6 mil componentes de perfis totalmente diferentes, com a diversidade de culturas, histórias de vida e formações, rumo a uma meta pontual que não pode ter erro.
Cada qual ali tem que estar empoderado para fazer o seu melhor. Não dá para solicitar um coaching na hora da verdade para melhorar a performance, nem querer ser o protagonista absoluto, sem se importar com o coletivo. Tem que ter equilíbrio.
Há inclusão e diversidade. Há colaboração genuína e sem esperar o “total compensation”– remuneração aqui não é o foco. E, sim, há espera pelo reconhecimento, pelo alcance do propósito – seja o da satisfação em saber que está agregando, ou a expectativa pela colocação bem-sucedida da escola de samba. O foco aqui é performance! É o melhor desempenho que será valorizado, reconhecido e servirá como o grande benchmarking. Diga se não poderia estar lendo uma pauta corporativa?
Se uma ala não está engajada no propósito coletivo, compromete o resultado do todo. É impossível não fazer o paralelo com empresas, com serviços, com a nossa vida cotidiana. Você, leitor, deve ter inúmeros exemplos. Tanto positivos, quanto negativos.
Atravessou o samba
Como acontece isto em diferentes setores. E não podemos nos contentar com a mediocridade. Exija excelência. Sim, você. Não seja do bloco do “tanto faz, tanto fez”. Questione, compare, ensine, aprenda! E o enredo tem que ser “qualidade”.
Não faz muito tempo, comprei um refrigerador anunciado como best in class, empresa de nome no mercado, design moderno, última geração. E, pasme: deu problema básico e logo no que era divulgado como o diferencial do produto. Começou a saga de uma cliente. O atendimento ao cliente não funciona, o chat é impessoal, a URA é de enlouquecer, atendentes que não denotam orgulho do que fazem e/ou representam, prazos que não são cumpridos… O marketing pode ser espetacular, mas a visão de cliente é sofrível. E te confesso, esta marca saiu do meu sonho de consumo para o pesadelo.
É o oposto do que falamos até agora. A metáfora que fica é a de várias “alas” que não se falam, não têm propósito no que fazem, não performam em prol de um resultado comum. Pelo contrário: desandam mesmo.
Fantasias e adereços em realidade
Mas vamos voltar ao positivo! Inspire-se no exemplo de foco no resultado que as escolas de samba nos dão anualmente.
Então ação! Pegue o que parece uma fantasia (alguns podem falar isto para você…) e transforme em realidade. Denomine como quiser, podem ser fantasias, sonhos, inspirações… A realidade é que tudo isso pode ser o primeiro grande passo para algo que faça a diferença. E persevere, pois crise, problemas, frustrações, gente que não acreditará no potencial, existem e sempre existirão. Faz parte do nosso mundo real.
Aqui, uma dose de inteligência emocional extra para ultrapassar os percalços é fundamental.
Acredite, planeje, aja – só depende de você. Já estou na torcida. Vai dar certo.
10, nota 10!
*Cláudia Danienne é CRHO da Degoothi Consulting